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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

FABIO SANTIAGO

( Brasil- Alagoas )

 (1973 -)

Nascido em Maceió, Alagoas, Brasil. Reside em Curitiba, é formado em Comunicação Social – Publicidade/Propaganda.
É jornalista e atuou até 2015. Concorreu em 1997 a uma Bolsa Vitae, para jovens estudantes, por indicação do escritor, Valêncio Xavier. Criador do blog "Acre Infuso", em 2004. Recebeu, em 2005, uma menção honrosa do, "Quepe do Comodoro", premiação do diretor de cinema, Carlos Recheinbach. Em 2018, teve o poema, "Flores e Sombras na Dobra do Tempo", publicado em uma Antologia Poética da Editora Chiado. Publicou o e-book, "Mar de Sombras", em 2019, pela Amazon.

Em 2020, estreou com o livro, "Intramuros", pela Editora Penalux. Iniciou em 2021 uma coluna de Crônicas no site da Kotter Editorial. Neste mesmo ano, publicou o livro, "Versos Magros", também pela Kotter Editorial. Em 2022, publica pela Editora OIA, "Cantos Temporais", e a versão física do e-book, "Mar de

 

Rasteja com ventosas esmaecidas e contamina.

Alimenta o espírito com a poesia cor de comprimido, se esbalda ao derramar esta gosma por toda a extensão.

Doses do veneno para a melancolia, doses do veneno para a solidão.

Cola o rosto no papel de parede cor de mangaba e alpiste, recorta o dia envolto na baba poética, mistura cítrica, espessa e pegajosa em processo inflamatório.

Arrasta-se por todos os lados do continente raptando a geografia sensorial.

Todo verso é vicio.

(Fragmento do livro – INTRAMUROS, de 2020

 

 

Fotografar o Tempo

 

Festejos pálidos

Nos olhos de neblina

Se der pé escrevo

Se não der me afogo

A magreza agreste

Vagueia no solo ardido

Olhos livres

Desimpedidos

Girassóis voadores

Ninfas seminuas

Lambem os céus

Escorrem na tela

Aspiro as suas peles

Farejo os seus vocábulos

Fotografar o tempo

Enquadrar a esfera

Meses atrás fitei o instante

Ele escondia o nevoeiro

Bricabraques de fim de rua

Vertigem e encantamento

A carne molhada de vinho

É festa!

Entorpecimento de Elipses

Ditirambos

Aprisionei a estética

Ela rugiu!

 

 

(Poema do livro, VERSOS MAGROS, de 2021)

 

 

Pintar um Poema

 

Ser enterrado em Paris no Père-Lachaise

Frequentar o Moulin Rouge , Montmartre e Montparnasse

Ver a fada verde, a musa verde, a parceira cósmica, a ninfa, a bacante, a Lolita

Caminhar pelo Sunset Boulevard

Hard Rock Café em LA e as Hollywood Nights

Passar uma noite no Chateau Marmont

Absinto Hapsburg Dark em absurdas quantidades

Ir à casa de Neruda em Santiago, no Bellavista

Beber para Vinicius, Bukowski, Modigliani e Rimbaud com lágrimas nos olhos

Aspirar em Lisboa, no bairro Campo de Ourique o ar de Fernando Pessoa

Quem sabe cortar a orelha na casa amarela de Arles e pintar um poema

Na casa do maior, no Cosme Velho numero 18, gritar o seu nome Machado!!

Casa de Jorge de Lima em Maceió na Praça Sinimbu

Perscrutar os vestígios da Polônia de Rafal Wojaczek, em um desespero suicída de poeta

Amanhecer com sal na língua e ínguas na alma

Calar-se diante do verso maior

Amar a parceira cósmica

A musa Polonaise

Gear em silêncio

Amanhecer berrando

Santa fé em disparada molhada pelo sol

Sonhos de um bebedor de gin em Curitiba

Um poeta que ninguém leu

O nordeste faz ensolarados os corações

Transgredir em poesia

Rupturas em soslaio

 

 

(Poema do livro, MAR DE SOMBRAS – 2017(E-book) – 2022 (Livro)

 

 

 

A Pressa tem Rosto Riscado, Passa Lascando o Fim

Caia fora antes da melancolia

colar sua tez de cebola

Lacrimosa

Era sussurro antes de ser

Querosene

Nuas nuvens navegantes vulvas

Ensaio de nossas viagens cruas

Infalível em Cartagena

Ouriçadas por Garcia Márquez

Apenas caia fora

Deixe para beber em casa

A pressa tem rosto riscado

passa lascando o fim

Crava-lhe crateras

A míngua

Angústia de ansiedades

Caia fora

Já lhe disse!

Brada voz infinita

Parasita

Fantasmagórica

Moradora de cérebro quente

Sempre a dizer

Vai-te embora!

O verso anda

Caminhe com ele

Seja adeus!

Tudo há de ser derrota

Apenas vá embora

Caligrafias na palha

Espantalho caramelo

Mora(dor) quebradiço

Lasso transeunte

Coalhado de verbos

No baratinar dos vulcões

Perca o sono em quartos de hotéis

Comedor de Clitoria ternatea em Madagascar

A carne eletrificada treme

vai e vem de marulhos

Dentro do poema existe uma glândula

Está a produzir poéticas

Encosta na palavra e nela se agarra

penetra, goza, espalha

Não esqueça!

Há um labirinto onde você não pode chegar

Apenas caia fora

Esgarça e desmantela

Toca e não permanece

Tudo que ela disse

um dia

Há de ser miragem



(Poema do livro, CANTOS TEMPORAIS, de 2022)

 

 

 

Homem Danado de Sumiço!

 

Permaneço sentado no meio fio

Vidrado de solidões

- Ninguém deixará entrar

Escrevo para não morrer!

De dor, aspirina, náusea ou amor

Gerânios oxidados

Tonteio vertigens

Ela também não deixará entrar

aquecer o refúgio

Morar entre as pernas

Molhar a solidão

Locomotiva de versos marítimos

A bailar no oceano papel

Prosseguir com mãos desbotadas e rugas lunares

Gerúndios cantando

- Não há mais tempo!

Apenas temporais de angústia na borda da noite

Seguir em beira de precipício

- Hay que luchar!

Vermute e sal na alma

Sempre em círculos

Escapo do que não sei

Na fronteira prosseguir.

Escrever para não morrer!

- O poeta é come dor!

Homem danado de sumiço!

Escrever com a câmera

Mastigar palavras

Garoada garota desloca o poema para curvas

Ondas de contemplação

Enquanto a vinha ventre pulsa

Nela me escondo

Todo verso é vício, todo verso, vício, gira gira gira vício viva viva vida verso vício

Em toda geografia deslocada

Apaga dor de sua história

Mora dor vertigem

Santigar lisérgico

Sorriso Desmedido

Me esconda dentro do seu útero e lá ficarei

- Fico grato pela pousada

Escrever para não morrer!

Homem danado de sumiço!

(Poema do inédito do VersoVício. Setembro de 2022)

VersoVício

Sambando na beira

Cortando o fluxo

Melancolizando

Vertigens

Palavras peregrinas

Garimpeiras

Garimpadas

Fronteiriças

Encontro da margem com o infinito

Mastiga dilatado

com mãos de neblina

Esfrega a palavra

até conseguir gastá-la

Meu verso é vício

Misturo com limão

Tomo de uma só vez

Coragem de atravessar o pântano

Molhar

Submergir

Chamá-la para dançar nua

Arre verso ventre!

Astrolábios

Alfarrábios

Mantiqueiras

Falésias

A palavra acertou-lhe o queixo!

Pulsares poemas

Labirintos frasais

Não aprisione!

Fareje formas

Lamba contornos

Viva Verso!

Viva vício!

Vulva vício!

Vocabular!

Na borda

Tear pantomina

Imerso em dicções

Com aspirinas desarrumo

Choques

Conchas

Sombras

Abutres

Réstias de nuvens

Meu verso é vício!

Reviro

Alvoroço

Palavra carne

Gozo poético!

...

Verso vício

Estranhíssimo

Poeta

Abismo

 

 

(Poema do inédito do VersoVício. Outubro de 2022)

 

 

 

LINK VÍDEO POEMA – Homem Danado de Sumiço: https://www.youtube.com/watch?v=K6lfYKrsSaE&ab_channel=FabioSantiago

LINK VÍDEO POEMA – VersoVício: https://www.youtube.com/watch?v=11TEhrSejDg&ab_channel=FabioSantiago

 

 

 

 

 

 

 
 
 
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